O PROJETO ARTES DE CURAR, REZAR E BRINCAR

Uma destas ações é o projeto Artes de Curar, Rezar e Brincar: saberes, tradições e resistências ao apagamento no aglomerado Cabana do Pai Tomás (aprovado na Chamada FAPEMIG 001/2021 – Demanda Universal). 

O desejo de realização desse projeto partiu de uma demanda da própria comunidade a respeito da necessidade de resistir ao processo de apagamento dos saberes populares, ancestrais e tradicionais que circulam no território do Cabana. 

Falar da história do Cabana é falar das manifestações culturais vivenciadas.

É falar do papel da religiosidade fortemente atravessada pela cultura afro-brasileira. “Esse rosário vai somar mais uma ponta, não tem jeito esse mistério”, conta Dona Odete, capitã-mor da Guarda de Congo São Benedito e Nossa Senhora do Rosário do Cabana do Pai Tomás, relatando o surgimento da Guarda de Congado em 1993. Seriam as Guardas de Congado a manifestação das Artes de Rezar do Cabana? 

É falar da ocupação conquistada e da luta por serviços públicos, escolas, centros de saúde e por outras práticas populares vinculadas às tradições e à ancestralidade. 

São raizeiras e raizeiros, benzedeiras e outras e outros que fazem de quintais, da oralidade e das famílias a chama que mantém viva outras formas de relações com o corpo, a mente e a natureza. Seriam esses sujeitos a manifestação das Artes de Curar do Cabana?

Por entre vielas, becos, ruas, morros ainda permanecem brincadeiras antigas, jogos e formas de se comunicar e se relacionar que diferem da dependência com o celular. São brincadeiras que mantêm um elo com o Cabana lá de trás, em que, diante da ausência de estruturas, por entre lonas e barracos da resistência, crianças buscaram formas de se divertir. Seriam essas práticas a manifestação das Artes de Brincar do Cabana? 

São esses sujeitos, saberes e práticas do território que o projeto Artes de Curar, Rezar e Brincar buscou registrar e encontrar canais de visibilidade. 

O projeto tem como resultado uma multiplicidade de produtos, de gêneros textuais diversos. A tecnologia do CEFET-MG, que muitas vezes se coloca como neutra e utilitarista, precisou ser reposicionada em sua dimensão social, sendo a mediadora da visibilização dessas artes. As possibilidades de materializar essas práticas romperam as páginas de papel, ganharam também a tela de cinema, com documentários, além de entrevistas, depoimentos, registros documentais da história da comunidade, áudios, vídeos e imagens. 

 

São produtos tecnológicos que ultrapassaram a fronteira das máquinas e estão consagrados por mestres e mestras dos saberes tradicionais e ancestrais do Aglomerado Cabana do Pai Tomás.

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